[De]constructions II
na meia luz do pátio o desfile arranca movediço
surge da curva inclinado pelo correr dos pés delatores
e espanta os pássaros que mancham círculos dentro de sois
os cartões pintados dançam a reboque do toque dos sinos
entre o verde do cobre que cobre os corpos escondidos
dentro dos carros de pau que ondulam sobre telhas convexas
perto dos sorrisos com badalos nas mãos e sombras íngremes
o reboco dos vasos espreita entre os rastos de tinta
e os arames esperam o toque meigo das tábuas
são soltos os cavalos de seiva de prestáveis árvores
cães erguem o gesto da espera ao sol
tacteando os cactos inexistentes na esquina do chão
sobram céus de tons vários por onde respiram as pedras
cordas que vagueiam à volta de si pendulando em círculo
perenes marcações de tempo que lembram sem agredir
que beliscam a pele com mãos de veludo incolor
alguém mexeu nas sombras e as dobrou
alguém recortou celofanes para embelezar os espinhos
alguém poliu o desenho dos livros e riscou curvas