Strange Furnitures
									fios de cor sustentam-te
									
sentes-te imponente, banhas-te em brio
									
o negro forma-te, deforma-te, esfuma-te
									
olhas-me de lado
									
exibindo a tua capa de veludo verde
									
arranhas-te, cobres-te de vaidade
									
vislumbras um sorriso
									
desenho-te no ar
									
com um fio tingido
									
no chão com lápis, me debruço
									
destruo-te
									
rastos de sangue denunciam-te
									
o carimbo das tuas chagas divulga-se
									
esconde-se debaixo de lápides de prata
									
parece que o sinto entrar-me pela garganta
									
esse veio luminescente
									
que te desenha, que me dá o teu limite
									
percebo que foste um leito
									
olho-te de cima, deste púlpito
									
vejo o teu topo
									
a tua sombra caída no chão
									
as tuas sombras em ti cravadas
									
o carpir da humidade
									
deixaste-te pintar pela cor fúnebre
									
mas reluzem relevos dourados
									
brilha o esmalte níveo que te veste
									
sobram-te histórias longínquas
								
 
				 
			 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									